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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Chuvas + alagamento = mosquitos

Sei que já se passaram semanas da chuvarada no Rio de Janeiro, mas este post é para falar que, assim como muitos outros, eu, minha família e vizinhos de Saquarema, ainda estamos sofrendo com os desdobramentos da tal chuvarada. A cidade foi muito afetada e, com o transbordamento da lagoa, seguido da maré alta, tivemos um alagamento como poucas vezes aconteceu. Disseram os antigos que aguaceiro como esse só se viu há cerca de 40/50 anos atrás.

A coisa foi feia. Até parte do cemitério desabou, como muitos de vocês devem ter ouvido falar. E nós, aqui em casa, também fomos afetados consideravelmente. Nosso quintal ficou completamente embaixo d'água. Por apenas 4 dedos ela não invadiu nossa varanda (e olha que a casa é alta). Nossos cachorros ficaram ilhados e se subisse mais seria o interior da casa que sofreria.

Graças a Deus, não tivemos a triste visão da água atingindo nossos móveis, como aconteceu com algumas pessoas que conheço, mas o transtorno foi considerável. A gente não podia fazer comida e entrar em casa era uma aventura, tendo que passar por essa passarela improvisada.

Na semana seguinte, a quantidade de água tinha diminuído um bocado e pudemos baixar a passarela, que continuou sendo necessária. Continuamos vivendo diante de uma água em processo de putrefação. Minha mãe entrou em crise alérgica e eu não paro de coçar o nariz. É tanta humidade. Perfeito para complicar a vida de quem, como nós, é propenso à doenças respiratórias.

A prefeitura de Saquarema nada fez. Isso me revolta tanto. Não estão nem aí para a cidade. Começaram uma obra eleitoreira de asfaltamento do bairro. Não fizeram um planejamento decente. É tudo às pressas, está mal feita que só. Subiram as ruas para terem menos trabalho e como resultado tivemos nossas casas alagadas. Sistema de drenagem: boca de lobo. O qual nem foi instalado ainda, mas que já sabemos não dará conta do volume de água caso a chuva seja só um pouco mais intensa.

Meu pai vem medindo e constatou que o aguaceiro desce apenas 4 cm por dia e, assim, já se vão semanas e nosso quintal continua alagado. O problema maior agora nem é mais ao acesso à nossa casa, e sim o enorme transtorno que afeta todos da vizinhança e todos da cidade. Com tanta água empoçada por todo canto, quem vocês acham que mais está aproveitando isso tudo? Sim, eles... os MOSQUITOS. Pensem nos tamanhos dos quintais, pensem nas ruas alagadas. Saquarema virou um criadouro de mosquitos. Está impossível ficar fora de casa à noite. Até mesmo na Vila (centro da cidade), que costumava ser menos afetada por esses bichinhos, eles estão vorazes e em grande quantidade. A população não tem para onde fugir.

E a prefeitura? Vai bem obrigada! Nada faz! Já está se preparando para continuar sua obrinha eleitoreira nas ruas do bairro que já estão secas, enquanto os quintais continuam alagados, os mosquitos continuam atacando (e se reproduzindo) e a água continua apodrecendo. Resta-nos agora contar com a natureza que, em sua sabedoria, ao mesmo tempo que possibilita a reprodução dos mosquitos, também nos fornece seus predadores naturais, os Girinos (que logo serão sapos, pererecas e rãs, rã rã, rã rã, rã - rs).



Gente, não estou aqui diminuindo o sofrimento daqueles que perderam casa e família com estas chuvas. Agradeço à Deus por não ter sido tão afetada e me solidarizo com eles. Entretanto não acho que deva me conformar com o descaso que tenho assistido na minha porta. Por isso resolvi manifestar aqui o meu descontentamento com o que temos vivido em Saquá. Nada foi feito para acabar com estes alagamentos na cidade e nada está sendo feito para combater os mosquitos. Espero de coração que essa quantidade enorme de vetores não venha a proporcionar um grande surto de DENGUE.

E sonho também com o dia em que verei governantes realmente preocupados com a população, tomando atitude, e não deixando-nos apenas nas mãos da Natureza (que mesmo com tantos obstáculos ainda insiste em nos dar novas chances após seus momentos de ira).

Acorda mundo! Ela está avisando, está dando sinais do que vamos colher se continuarmos plantando o descaso com ela. Ou a gente toma jeito logo, ou não quero estar aqui para ver o que pode acontecer conosco.

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