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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Olha 2012 chegando aí, gente!

"Mais um ano vai, outro ano vem..."  - Quem lembra desse jingle? Eu tenho uma certa fixação por comerciais. rs

Propagandas a parte, vim falar do fim do ano. Sei que pode parecer meio clichê, mas acho que esse tipo de festividade tem certos efeitos um tanto padronizados em nossas consciências. Encerrar um ano me faz olhar para ele, mirar o que passou, os momentos que vivi, o que foi bom e o que não foi. E 2011 foi um ano tão cheio, intenso, surpreendente. Provou para mim a importância do planejamento. Gente, eu fui para a JMJ em Madrid!!!!!! Esse foi o auge do ano e trouxe desejos novos para 2012.

Na viagem para a JMJ pude visitar um pouco do país de onde meus pais vieram (Portugal) e fiquei louca de vontade de voltar lá, dessa vez com eles. Se tudo der certo, um dia nós iremos. Talvez em breve. E essa coisa toda, junto com as aulas de Memória no PPGCOM, me levaram a começar pequenas incursões na história da minha família. Conversas com minha mãe, meu pai, tios e meu avô estão me levando a conhecer fatos, lugares e pessoas que, na verdade, constiuem a minha própria história, são as minhas origens, de onde venho. Por muito tempo ouvi histórias assim e, apesar de sempre achar interessante, não sentia tanta necessidade de registrar, de saber mais, talvez por não perceber que se perderiam com a partida daqueles que as contam.

Domingo, dia de Natal, fui visitar meu avô e... como eu queria uma filmadora ligada gravando aquele momento. Ele começou a falar da sua infância, que começou a trabalhar aos 7 anos, como servente de obras, e que seu patrão não queria deixar que ele fizesse as aulas do catecismo para não se ausentar do trabalho. Contou que o sujeito queria, ele mesmo, ensinar a doutrina para que meu avô não saísse para as aulas. Depois disso começou a recitar versos com maestria. Fiquei impressionada com a capacidade de decorar e interpretar (meu avô podia ter sido artista, acho que meu pé nas artes veio dele)! Já vi muito ator que não consegue fazer nada parecido com o que vi naquela tarde de Natal.

Estou com uma vontade cada vez maior de conhecer mais a história da minha família, de tudo que passaram, dos lugares onde viveram, da imigração para o Brasil, o que motivou, como foi a viagem, como foi a chegada aqui... enfim, TUDO!

Muita vontade de saber e registrar! Quem sabe não consigo?

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Arariboia Cine


Ontem tive a alegria de ver, mais uma vez, o sucesso e o crescimento de um projeto do qual sou fã de carteirinha. Falo do Araribóia Cine, Festival de cinema que acontece em Niterói e chegou agora em sua décima edição.

É tão bom saber que faço parte dessa história! Tive a alegria de estar na equipe de monitores do III Araribóia Cine. Foi meu segundo trabalho na áera de Produção Cultural, quando eu ainda engatinhava na graduação da UFF. Tempo bom! rs

Os anos foram passando e eu continuei a acompanhar o Festival. Não estava mais como membro da equipe, mas permanecia por perto, agora como público. Nos primeiros anos freqüentava as sessões com muita assiduidade. Hoje a vida já não me permite acompanhar tão de perto, mas faço questão de assistir, pelo menos, uma sessão. Sempre dou um jeito de aparecer, mesmo que rapidinho, em todas as edições.

É sempre muito bom, porque encontro pessoas queridas, vejo bons filmes, reflito sobre a temática e  volto para casa com coisas novas na cabeça que, muitas vezes, vou levar para a vida.

Ver o Araribóia Cine crescer e se associar a outras ótimas idéias como, Som da UFF, NAVE, e Caminhão Cine SESC, dentre outras, me deixa ainda mais orgulhosa e feliz. A sessão e a mesa de ontem foram ótimas! Gostei dos clipes e gostei mais ainda da mesa com Ariane (UFF / Clipestesia) e Thaiana (SEC-RJ) que levantaram boas questões sobre o mercado, a dinâmica e o mundo "videocliptico" na sua relação com as mídias, principalmente a internet. Não domino o assunto, mas como interessada que sou, já pude sair de lá pensando em uma série de questões.

Desejo muito sucesso para minha querida Tetê (idealizadora do projeto e professora que deixou marcas mais que positivas na minha trajetória) e para as amigas Ohana e Elaine que fazem um excelente trabalho junto com toda a equipe Araribóia Cine!

Parabéns pela 10ª edição do Festival!!

E que venham muitas outras por aí!!!

domingo, 7 de agosto de 2011

Mas tu vem e segue-me...

Ontem foi a missa de posse do novo pároco da minha paróquia (Nossa Senhora de Nazareth – Saquarema – RJ) e eu pude ver mais uma vez esta cerimônia tão bonita. No exato momento em que D. Alano conduzia o rito, meu coração se encheu de alegria por ser católica. Ficava imaginando aquele ritual mantido durante anos, desde os primeiros cristãos até hoje... É tão bonito!

Não foi a minha primeira vez em uma cerimônia como esta, afinal, já é a terceira mudança de pároco que vejo e o quarto sacerdote que tenho como pároco na minha caminhada. Sei o quanto é difícil viver essas trocas, principalmente na primeira vez. Lembro até hoje como fiquei triste com a partida do Padre Ademar, meu primeiro padre, aquele que me formou, meu primeiro confessor, as mãos que levaram Jesus a ser um comigo pela primeira vez, aquele que me deixava toda boba quando chamava de florzinha, que esteve presente na minha Crisma, no começo da minha caminhada de GJAC... Simplesmente não tem como esquecer uma pessoa que se torna como um PAI na vida espiritual.

E ontem ele estava lá. Sempre fico boba quando o vejo. Olho com grande ternura e admiração para aquele homem e me lembro de tantas coisas, das brincadeiras, das broncas... É porque Padre também tem o difícil papel de puxar nossas orelhas quando necessário, mas no caso deles é ainda mais complicado, pois precisam encontrar a medida certa para fazer isso com firmeza, mas sem perder a docilidade.

Claro que terminada a Missa fui logo procurá-lo para pedir um abraço. Aquele abraço de Pai. Tão bom, que enche o coração e a alma. Que saudades eu sentia daquele abraço!

Depois foi a hora de esperar para falar com o novo pároco... Padre Mário é um velho amigo, trabalhou conosco há muitos anos atrás, quando ainda era seminarista. Será que se lembraria de mim? Só esperando para saber. E foi o que fiz. Quando finalmente consegui chegar diante dele... “Você é daqui!” “Então, lembra de mim?” “Lembro! Claro que lembro sim!”. Ah! Não vou negar que fiquei toda boba. Ele lembrava inclusive das coisas que ajudou o GJAC a fazer. Não preciso dizer o quanto isso me deixou feliz.

Sentia uma alegria durante a celebração. Olhava para aquele sacerdote no altar e lembrava do seminarista que caminhou conosco. Batia um orgulhinho por ter participado da formação dele. Agora é esperar pelo dia em que poderemos conversar mais calmamente, já que ontem foi um dia muito cheio que impedia qualquer papo prolongado.

Que Deus abençoe cada sacerdote que já passou por nossa paróquia! E também aqueles que ainda vão passar! AMÉM.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Viver não é Ficção

Andei fazendo umas faxinas no meu PC e encontrei alguns textos do meu antigo blog e resolvi dividir com vocês essa aqui. Pode ser que um dos meus dois ou três leitores já tenha visto, mas como diz o ditado (se é que isso é um ditado): "Recordar é viver!"

Espero que gostem e comentem, claro!! rs

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Viver não é Ficção

Certas vezes somos impelidos a tentar olhar a vida da mesma forma como lemos um livro, vemos um filme, ou mais um capítulo de novela (até mesmo o último da trama). Diante de uma dificuldade ou ao buscar uma conquista, temos a sensação de que vai chegar uma hora em que encontraremos a solução ou alcançaremos o objetivo desejado e, neste momento, chegaremos ao ápice da história... Acontece que não é bem assim que as coisas funcionam. Criamos nossos sonhos e, quando conquistamos, surgem outros. Lutamos para resolver algo e, depois de tudo resolvido (não importa se da forma desejada ou não), já temos uma série de outros assuntos invadindo nossas mentes e nossas atitudes.

Os personagens de um livro, filme ou uma novela, vivem seus "dramas" durante um tempo e ao final da obra temos o clássico "Todos viveram felizes pra sempre". Não importa aqui a felicidade ou não, o que está em questão é que a história daqueles personagens simplesmente acaba e ponto final. Na nossa vida isso não existe! A inconstância é eterna, o processo não acaba nunca. A cada vez que pensamos "Agora acabou", mal percebemos que está tudo apenas recomeçando. Pode ser de outro jeito, com outra cara, outras características... Mas a VIDA segue, se transforma, se renova. A Roda Viva da história de cada um de nós continua a fluir e se desenrolar a cada instante. Como é bom se dar conta de que "A vida é viva!". Sei que a frase parece um tanto óbvia, como "subir para cima" e "descer para baixo", mas é um fato incontestável, viver é provar essa eterna continuidade o tempo todo, é estar sempre em movimento, é ter auges, quedas e auges novamente, é não parar nunca de aprender, sonhar, mudar. Viver é tropecar e saber levantar, mas consciente de que, uma vez reerguido, a caminhada continua, não dá para ficar em pé, parado e fim.

Na ficção vivemos junto com os personagens uma série de dramas que sabemos, mesmo que inconscientemente, serão resolvidos até o final da trama. A maioria dos personagens não morre, mas suas histórias chegam ao fim e só poderão continuar no imaginário do autor ou das pessoas que os acompanharam. Na VIDA, o fim não chega nem com a morte, porque além de nossas histórias continuarem nas pessoas que nos rodeavam em vida, temos (pelo menos para quem acredita) a eternidade a nossa espera. E a vida vai continuando... Pode ser de um jeito diferente que ainda não conhecemos, mas ela continua.

Não sei se essa sensação que descrevi é comum a todos, sei apenas que certas vezes me pego "viajando" nessa situação... "Ah!... Consegui! Cheguei! Acabou!... Não! Tem mais, mais e mais!". Constato novamente que a VIDA vai continuar e isso ninguém muda. Que bom!!! =D

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Sem Título


A página em branco. Sempre ela. Não sei quantas pessoas já passaram pela terrível visão da página em branco. Esta visão simples e ao mesmo tempo complexa. É um paradoxo perfeito. Todas as possibilidades e... Como começar? Por onde começar? A primeira letra, a primeira palavra... Angústia! E a página continua em branco. Olho para ela. Penso. As possibilidades se exibem pelo pensamento e a loteria que vai definir a primeira sílaba demora a acontecer. Idéias, teorias... Em que ordem? De que jeito? Tudo se descortina e nada se concretiza de fato. Ela permanece em branco.

Curioso como a liberdade que a página em branco oferece, ao mesmo tempo, tolhe, coíbe, reprime. Ela está em branco para receber qualquer coisa, mas quem vai manchá-la por primeiro, nem sempre pode pôr qualquer coisa nela. E assim, por mais aberta que esteja, a página em branco nada mais é que o maior desafio daquele que está do outro lado.

* Uma homenagem a @afonsoalbuq
Afinal foi por causa dele que esse texto surgiu. rs

terça-feira, 10 de maio de 2011

Manuscrito - um jeito todo seu

"Dias iguais / Azuis, vermelhos / Frios / dias sem paz / De espera..."

Sim! Foram muitos dias de espera até que chegasse 07/05/2011 e eu pudesse presenciar momentos mágicos e inesquecíveis. Deixei de ir para Saquarema porque tinha um compromisso muito importante no Rio, que eu já havia assumido meses antes. Estar dentro do Vivo Rio naquele dia e ver a Sandy no palco certamente seria especial, mas não podia imaginar o quanto. Tive uma semana tensa, internamente tensa. Foram dias de preocupação, dúvidas, incertezas...

Já no momento em que encontrei minhas amigas tudo foi ficando suave e divertido. As conversas renderam boas risadas e troca de novidades. Mas não parou por aí. No momento em que as cortinas se abriram e tudo começou, saí do mundo pesado em que me encontrava e me permiti voar leve e alto. Curti aquele show de uma forma tão diferente!!! Até agora não sei se foi ela ou eu. Algo foi muito transformador.

A primeira diferença estava no público. Ao que tudo indica ele está, finalmente, amadurecendo e nem por isso ficou menos apaixonado. Os fãs cantaram todas as músicas como sempre, mas finalmente sumiram os gritos histéricos, o "afobamento" e a falta de educação que costumavam acontecer nos tempos da dupla Sandy & Junior. Tirando o avanço final para a beira do palco, que não chegou a me irritar, o show inteiro foi bem tranquilo e absurdamente LINDO!

Sandy, definitivamente, está muito mais solta no palco. Cada vez mais segura, a cantora demonstra domínio sobre todo o show, entrosamento com os músicos, cumplicidade com a platéia e muito (muito) prazer em seu trabalho. Não me cansarei nunca de dizer que foi muuuito melhor que o da Turnê Manuscrito 2010 no Rio (estive nele também - 12/12/2010). E isso não quer dizer que o show do ano passado não tenha sido bom. Foi e muito! Mas neste ela conseguiu se superar.

Preciso destacar além da presença de palco, aquele que deve ter sido o momento mais emocionante do show. Quando Sandy não consegue conter as lágrimas e terminar uma estrofe da música "Dias Iguais". Fico tentando imaginar o que se passava na cabeça dela neste momento. Foi emocionante para todos que estavam lá. A platéia não fez por menos, cantou a estrofe ainda mais forte e aplaudiu de pé. É uma música que exige um bocado da voz e ela estava executando lindamente, assim como todas as outras músicas. Talvez tenha sido esse o motivo da emoção, ou mesmo a letra que falava de espera, ou ainda a participação especial (em vídeo) de Nerina Pallot (cantora estrangeira que Sandy admira e aceitou o dueto com uma música composta pela brasileira), apenas ela sabe dizer o que causou tamanha emoção, mas uma coisa é certa: todos se emocionaram com ela e continuam revivendo a emoção através dos vídeos que registraram o momento e podem ser vistos na internet, como o que posto abaixo:


Aproveito o vídeo para destacar também o cuidado com a produção deste show. Cenário, projeções e iluminação eram lindíssimos. Talvez por estar melhor localizada na platéia (eu estava sentada em uma mesa central e não muito longe do palco) tive a oportunidade de observar melhor esses detalhes. Destaco, mais uma vez a iluminação! Estava muito bem elaborada. As cores, os movimentos, os jogos de luz. Tudo belo! Ponto também para as projeções, com destaque para o clipe da música "Ela/Ele" e para as projeções das câmeras que filmavam os instrumentos de perto, especialmente a do teclado que nos permitia ver as mãos da cantora-pianista. =)



Sobre a setlist, vale comentar a ótima escolha de manter focada no álbum Manuscrito com algumas canções de outros artistas e uma breve memória aos tempos da dupla com Junior. Ótimas escolhas que caíram fácil no gosto do público. Afinal, se a proposta é trabalhar uma via mais autoral, estruturar uma identidade diferente da que existe, formar uma nova imagem... Nada melhor do que começar deixando essas mudanças bem claras. Na minha opinião eles conseguiram.

Apenas uma coisa me causou, digamos, uma certa angústia... Sandy passou boa parte do show preocupada com o retorno. Por diversas vezes levou as mãos aos ouvidos para ajustar o aparelhinho ou sinalizar que algo não estava como queria. Quem conhece um pouco a artista sabe que uma de suas características mais marcantes é o perfeccionismo. Tenho observado que ultimamente a preocupação com o retorno tem sido constante. Nas últimas entrevistas e apresentações que vi pude perceber as várias vezes que leva a mão ao ouvido e constantemente se ocupa do aparelhinho. Entendo sua preocupação em ouvir o que está cantando e ter certeza que sua voz está saindo como deve, porém é preciso ter cuidado para que isso não se torne uma mania, um "tique nervoso".

Para minha alegria acredito que terei uma nova oportunidade de reparar nesses e em outros detalhes. Já garanti meus ingressos para o especial "Childhood" no Theatro Municipal do Rio de Janeiro que contará com diversos artistas, dentre eles, segundo soube, a Sandy. Entrar naquele que gosto de chamar de "meu" Theatro já é motivo suficiente para ir e com as pessoas que vão se apresentar lá, então, mais ainda. Vamos ver quantas vezes nossa amiga vai checar o retorno. rsrs

E não posso terminar este post gigante (rs) sem fazer apenas mais uma consideração: é maldade ainda estigmatizarem a Sandy. Não estou falando de quem não gosta do som que ela faz. Cada um tem seu gosto e, até aí, tudo bem. Mas insistirem em diminuir a qualidade do que ela faz é uma grande injustiça. Capacidade vocal ela tem, e muita, isso já está mais do que provado. É o seu tipo de música e tem demonstrado capacidade para seguir sua carreira pelos caminhos que acredita serem melhores. Acho triste perceber o preconceito que ainda existe sobre a imagem que foi criada em torno dela. Se surgisse agora, com o som que faz, com a produção que tem e tudo mais, certamente seria vista com melhores olhos por muitos que insistem em criticá-la.

Estas foram as minhas impressões sobre uma noite de sábado, um show, um momento eternizado em minha memória, nas fotos que tirei e na "virada" que deu em minha semana. Não vejo a hora de viver aquela sensação novamente (se é que ela já saiu de mim, porque não consigo parar de reviver aquela alegria).

terça-feira, 3 de maio de 2011

Santo Súbito

Tudo bem! Concordo que sou um tanto suspeita para falar, mas não tem como ignorar o que o coração grita alto.


No último domingo (01/05/2011) aconteceu a beatificação do Papa João Paulo II e, é claro, que eu não poderia deixar algo tão especial passar em branco. Infelizmente não consegui assistir a cerimônia na TV, mas isso não diminui o carinho e a admiração que tenho por esse homem. Sim! TENHO! Porque ele continua sendo um exemplo de vida para mim.

O que mais toca meu coração quando penso em João Paulo II é a forma como soube se aproximar das pessoas, o carinho com que conduziu seu pontificado, o amor pelo próximo. Fico imaginando como deve ser difícil assumir as responsabilidades que este "cargo" reserva e tremo só de pensar na quantidade de cobranças e pressões que a pessoa deve sofrer. Ele se torna referência para o mundo e tudo que faz e fala é julgado pelos homens.

Alguns, até hoje, insistem na idéia de tentar destruir a imagem dele. Chamam de conservador, dizem que fez a Igreja retroceder... Devem estar cegos! Como uma pessoa que vai ao mundo pode trazer retrocesso? Como o Papa que ficou conhecido por "Papa da Paz", "João de Deus", "Peregrino do Amor" e outros tantos nomes que demonstravam carinho por ele e por seu trabalho, pode ser tomado desta forma? Definitivamente me recuso a concordar. Continuo nutrindo por ele um carinho todo especial e tendo ele como exemplo de vida.

Para mim é lindo pensar que tive a alegria de viver seu pontificado. Quando lembro que estive no Aterro do Flamengo em 1997 e assisti uma Missa celebrada por ele, quando penso nas ruas que o levaram até o Maracanã e me dou conta de que ainda hoje, também eu, passo por aquelas ruas de vez em quando... Nossa! Pensar que ele viu as mesmas imagens que eu, ainda que de ângulo diferente, me enche de alegria.



João Paulo II não agradou o mundo inteiro, mas soube seguir os ensinamentos de Jesus. Levou o amor por todos os cantos da Terra e cativou corações. Soube conquistar, de forma especial, o carinho da juventude e criou com os jovens uma relação de afeto jamais vista anteriormente.

E para completar a minha alegria, em agosto, se Deus quiser, estarei na JMJ 2011 (Jornada Mundial da Juventude, criada em 1985 pelo Papa João Paulo II para estar com os jovens do mundo todo). Será a 2ª sem #JPII, mas a primeira com ele beatificado. Tenho certeza de que falaremos muito nele e será inesquecível.


Não canso de repetir AMO o Beato João Paulo II com todo o meu coração!!!! E mal posso esperar pelo dia de sua santificação. =)

E para expressar um pouco meu sentimento, aproveito a ocasião e venho partilhar uma música feita em sua homenagem, que na minha opinião é a que melhor representa a pessoa de João Paulo II. Prestem atenção e meditem esta letra:


Peregrino do Amor
Composição: Dalvimar Gallo

Quanto já me emocionei ao ouvir a tua voz
Quanto já chorei ao ler o que escreveu a nós
Pregou com tua vida e fez a igreja assim crescer
O mundo deu perseguições e Deus te deu consolações
O teu amor embriagou o mundo
Que fez a tantos jovens mergulharem mais fundo

És o Peregrino do Amor
Buscou os jovens com tanto ardor
Ninguem jamais andou por tantas terras
Nem levou a paz a tantas guerras
Tentaram até calar a tua voz
Em troca revelou o Céu a nós
Um Mendigo do meu Senhor
Por isso eu te sigo
Peregrino do Amor

Olhando tua agonia só posso imaginar
Que a própria Virgem Maria veio te buscar
E com os anjos te levou ao mais lindo lugar
E todos os Santos lá estavam a te esperar
Foi por ter buscado a tantos jovens
Em tua páscoa a juventude veio a ti


Tão grande era a força do teu bem
Que até os maus vieram e te buscaram também
És o Peregrino do Amor
Buscou os jovens com tanto ardor
De tuas fraquezas não nos fez segredo
E deu a ordem pra não termos medo
A fé não está no corpo que se inclina
Mas está na alma do que crê
Eu creio que és o nosso intercessor
Por isso eu te sigo
Peregrino do Amor

terça-feira, 19 de abril de 2011

Raízes

Outro dia, na volta para casa, mudei um pouco de rota e passei mais cedo por uma região do meu bairro que me trouxe muitas recordações. Olhava para aquelas ruas e aqueles prédios com um ar nostálgico. Cada lugar me transportava para uma época da vida e me peguei relembrando momentos guardados há muito tempo.

O estopim de tudo foi a feira. Assim que o ônibus passou perto da rua onde acontecia a feira, senti aquele cheiro de pastel e lembrei na hora das muitas vezes que mamãe queria ir na feira depois de me buscar na escola (era pertinho) e o quanto eu detestava o calor de 12h daquele lugar. Só tinha um jeito de me fazer topar a ida. Tinha que rolar um pastel com caldo de cana. Aí eu topava! (rs) E, se conseguisse convencê-la (eram poucas vezes, mas eu sempre tentava), ainda voltava para casa com um saco de tubinhos de Waffle. Nossa! Isso sim compensava o calorão. E o caldo de cana, é claro! Servido naqueles copinhos de alumínio forrados com um tipo de cone de papel. Alguém lembra disso?

Continuando o caminho passei pela Policlínica Todos os Santos. Lugar onde fui muitas, mas muitas, vezes mesmo. Toda hora eu aparecia por lá. Podia ser uma crise de garganta ou um corte na mão, o primeiro atendimento era sempre lá. E, na época, nem tinha hora. Às vezes, aparecia em plena madrugada (naquele tempo faziam plantão). Todas as enfermeiras me conheciam e o legal é que, ainda hoje, perguntam por mim.

Mais adiante vi a Padaria. Também fazia parte da rota colégio-casa. Era o point do Pão Doce e do Sonho (sempre de doce de leite). Deu vontade de sair do ônibus só p/ ver se ainda vendem e se o sabor continua o mesmo.

Ao lado da Padaria vi a banca de jornal onde eu sempre comprava figurinhas, albuns e gibis (da Turma da Mônica, claro!). Era uma guerra entre eu e mamãe, porque se dependesse de mim era capaz de comprar a banca inteira. rsrs

Olhando para outra rua lembrei da loja de animais. Ela surgiu quando eu já era mais velha e já voltava para casa sozinha. SEMPRE passava por lá. Era essencial dar um pulinho e ver os cachorrinhos. Brincava com os filhotes e sonhava com o dia em que teria o meu. Era um sonho que eu alimentava achando que nunca se realizaria. E não é que se realizou? Agora tenho 3 ferinhas liiindas em casa. Também gostava de ver os peixes e os passarinhos. Se bobeasse ficava lá a tarde inteira. Bom é que mamãe já sabia que quando demorava um pouco era porque estava com os bichinhos. Nessa época pensei em ser veterinária, bióloga ou algo do tipo (desisti quando soube que seria preciso estudar os cadáveres dos bichinhos que eu gostava tanto).

Cheguei ao meu destino com o coração repleto de lembranças e a sensação de que deveria caminhar mais por aquelas ruas, sentir mais aquele lugar, relembrar mais momentos e criar outros. Fiquei pensando em como será retornar, caso um dia eu me mude. Fiquei com um gostinho de saudade...

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A Rosa e a Virgem

Era uma manhã de quinta-feira. Uma linda manhã ensolarada. Rosa abriu os olhos. Em seu interior uma paz maior que tudo.

Ela se levantou. Sentia-se tão bem. Seu corpo parecia jovem e forte. Olhou para os pés e qual não foi sua surpresa? Alí estava o dedinho que há muito não existia mais. As várias cicatrizes nas pernas tinham desaparecido. Todas as dores simplesmente se foram. Nunca havia se sentido tão lúcida e tão capaz.

Olhou em volta. Sob seus pés, e por todo o espaço, podia ver uma relva verde e ainda úmida de sereno. Sentia um certo frescor só de olhar. Árvores frondosas projetavam sombra. Virou para a esquerda e ficou encantada com o riacho que corria por entre as pedras. Uma água cristalina deslisava formando pequenas cascatinhas.

No céu, nuvens brancas pareciam pinceladas que compunham uma bela imagem com o azul. O sol morno não chegava nem perto do grande calor com o qual teve que conviver por muito tempo e uma brisa suave e fresca completava a temperatura que também era muito mais amena que o frio gélido do local onde se encontrava nos últimos dias.

Depois de analisar todo o ambiente observou que uma figura alva vinha se aproximando. Caminhava lentamente em sua direção, com os pés descalços como ela. Era uma linda jovem que vestia branco e parecia resplandecer luz. Seus olhos a viam aproximar-se e quanto mais perto estavam uma da outra mais certeza ela tinha sobre quem seria aquela pessoa. Seu coração estremeceu. Não sabia ao certo como agir diante dela. Sua beleza era tamanha e a doçura em seu olhar delicado deixaram Rosa completamente sem ação. Só conseguia contemplar seu rosto e desejar que aquele momento nunca tivesse fim.

A jovem chegou mais perto, estendeu a mão e disse: "Seja bem-vinda, Rosa! Estávamos a sua espera. Vou te levar até meu Filho".

E as duas seguiram caminhando juntas e conversando como grandes amigas.


Este texto é uma homenagem que faço para minha avó Rosa que deixou esta vida no dia 27/01/2011, aos 88 anos. A vó que cuidou de mim e que eu ajudei mamãe a cuidar quando foi preciso. Que me ensinou muito. Que tinha um gênio forte como ela só. Que era controladora e carinhosa ao mesmo tempo. Que ultimamente, com o desgaste da idade, tinha como marca registrada receber e despedir com beijinhos. Que esteve e continuará para sempre no meu coração.

É como eu imagino que tudo aconteceu. É no que eu acredito. É o que minha fé me ensina.


"Não morro, entro na vida."
(Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face)