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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Sem Título


A página em branco. Sempre ela. Não sei quantas pessoas já passaram pela terrível visão da página em branco. Esta visão simples e ao mesmo tempo complexa. É um paradoxo perfeito. Todas as possibilidades e... Como começar? Por onde começar? A primeira letra, a primeira palavra... Angústia! E a página continua em branco. Olho para ela. Penso. As possibilidades se exibem pelo pensamento e a loteria que vai definir a primeira sílaba demora a acontecer. Idéias, teorias... Em que ordem? De que jeito? Tudo se descortina e nada se concretiza de fato. Ela permanece em branco.

Curioso como a liberdade que a página em branco oferece, ao mesmo tempo, tolhe, coíbe, reprime. Ela está em branco para receber qualquer coisa, mas quem vai manchá-la por primeiro, nem sempre pode pôr qualquer coisa nela. E assim, por mais aberta que esteja, a página em branco nada mais é que o maior desafio daquele que está do outro lado.

* Uma homenagem a @afonsoalbuq
Afinal foi por causa dele que esse texto surgiu. rs