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sábado, 29 de maio de 2010

Ele está de volta

Nem sei direito como começar este post. Foi um longo tempo de espera... Até que ontem chegou o grande dia. Vocês podem me achar louca, mas quando se sente o que sinto não tem muito o que explicar. É um amor que não sei direito de onde vem, um facínio sem sentido aparente, uma espécie de paixão. Sei lá! Parece até que estou falando de uma pessoa, não é? Só que não estou.

Minha paixão, o dono de todo esse amor é o Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Uma casa tão especial quanto bela. Um templo, um patrimônio da nossa cidade e do nosso país. Grandioso, imponente e ao mesmo tempo delicado.

Lembro-me claramente da primeira vez que pus meus pés lá dentro. Sempre tive grande admiração por aquele lugar, mas assim como muitos cariocas (infelizmente), junto com a admiração havia um distanciamento. Achava que aquele lugar não era para mim. Entrar no Municipal era um sonho que eu pretendia realizar algum dia, num tempo que parecia muito distante. Acontece que um dia esse momento chegou.


Eu sabia que era aniversário do Theatro e que havia uma programação especial para esta data. Estava na Cinelândia naquele dia, não fui lá só para isso, mas já estava em meus planos chegar lá perto, tentar saber de alguma coisa. Conforme ia me aproximando o som crescia de volume e eu era envolvida pelo que ouvia. Era a Banda dos Fuzileiros Navais que tocava no foyer, abrindo o dia de comemorações. Qual não foi minha surpresa quando a então presidente convidou o público a ganhar o interior do Theatro e aproveitar o espetáculo que se iniciaria em seguida. "Como assim? É isso mesmo? Ela disse para entrarmos, assim, simplesmente entrarmos?" Quase não acreditei. Não sabia bem que caminho tomar e resolvi subir as escadas que estavam a minha frente. Meu coração começou a bater mais forte a cada degrau. Quando finalmente me vi no interior do Balcão Nobre, de frente para o palco, corri meu olhar por todo o ambiente como que tentando capturar na memória cada detalhe de tamanha beleza. Dos lustres ao carpete, tudo me encantou tanto que os olhos ficaram rasos d'água. Me controlei, mas não há como negar o tamanho da emoção que senti. Era tudo lindo demais.



Depois daquele dia passei a ter uma relação cada vez mais "próxima" com o Theatro. Assisti apresentações, fiz trabalho acadêmico sobre ele e tornei-me frequentadora assídua das comemorações de aniversário seguintes, sempre sonhando com o centenário e me preparando para este dia.

Enfim 14/07/2009 chegou e eu tive que me contentar com um centenário diferente do sonhado. Casa fechada por causa da reforma que ainda não tinha sido concluída e comemoração na rua. Uma pena! A vantagem foi dar mais acesso ao público que lotou a Cinelândia, mas não caberia dentro do Theatro. E eu, que agora já trabalhava, só pude chegar na última apresentação, a qual, como não sou VIP, tive que assistir em pé, sem poder entrar na platéia montada na praça, pois a última apresentação era apenas para convidados. Conseguir um programa da apresentação parecia difícil, mas não foi. Infelizmente boa parte das pessoas que estavam lá dentro não valorizou o material e deixou jogado por todos os cantos.


Passados alguns meses do centenário, mais precisamente ontem (27/05/2010), o Theatro teve novo momento marcante: sua reabertura. Com a conclusão atrasada das obras de reforma e restauro este momento que deveria ter acontecido naquela data, com uma celebração mais que grandiosa, foi reduzido a matérias na imprensa e apresentação exclusiva para convidados. A alegria de ver imagens do Theatro restaurado, dos douramentos, das descobertas que estavam escondidas embaixo de camadas e mais camadas de tinta, se mistura à tristeza de não ter podido participar da festa, de ver apenas por fotos e vídeos o que aconteceu lá, de notar que uma parte da reforma (que não tem sido noticiada) descaracterizou certos espaços, de me sentir novamente distanciada de uma casa que me habituei a chamar carinhosamente de "Meu Theatro".

O que me consola diante disso é saber que posso continuar amando-o do mesmo jeito, sentir que mais cedo ou mais tarde hei de pisar naquela platéia novamente (tomara que seja mais cedo, o quanto antes), ter a certeza que os corpos artísticos continuam trabalhando firme e os funcionários em geral (que ficam atrás das cortinas e fazem tudo, mas ninguém vê) também.


Desejo ao meu Theatro Municipal do Rio de Janeiro muitos e muitos 100 anos mais. Que seu público e seus administradores saibam amar e cuidar dele como merece, ou seja, com zêlo, carinho e dedicação. E que, desta forma, ele possa voltar de fato ao povo, sem o qual espetáculo nenhum que se realize lá tem sentido.

Foto: Fernando Souza
Para encerrar esse post gigante (se é que alguém teve paciência de chegar até aqui) queria partilhar uma outra lembrança feliz. Ao vasculhar a memória para escrever esse post, recordei-me que naquele meu 1º dia no Municipal tive a alegria de ver Ana Botafogo no palco e na saída do Theatro. Ela me encantou tanto com sua doçura ao receber um grupo de crianças lá atrás, que na época escrevi uma carta contando aquele dia e tudo mais. Imaginem qual não foi minha surpresa quando, passado algum tempo do envio, chega em minha casa uma resposta escrita por ela. É... Bateu uma saudaaaade agora! Da cartinha, daquele tempo que eu tinha mais tempo... Assim que chegar no Rio vou correndo pegar p/ ler novamente e viajar no tempo. Quem sabe não escrevo para ela outra vez?

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Um findi e 3 anjos queridos

Este post é uma homegagem para 3 pessoas muuuuito queridas. 3 anjinhos que Deus me deu de presente comemoram mais um ano de vida neste final de semana, dias 22 e 23 de maio.

São 3 pessoas especiais. Cada uma se faz presente na minha vida em uma área diferente, mas áreas que se entrelaçam. Vou explicar na sequência das datas:


22/05 é aniversário da primeira, o Anjo Maior, Anjo da VIDA, a responsável por tudo, aquela que sempre esteve (e está) presente em todos os momentos (bons ou não), aquela que me ensinou a ser quem sou, que não cessou (e não cessa) de abrir mão de si constantemente em meu favor. A pessoa que tantas vezes deixou de dormir por causa das minhas crises de bronquite, dos meus pesadelos, das conversas (toda noite eu cismava de querer contar tudo que aconteceu durante o dia, bem na hora que ela precisava descansar). A pessoa que ensinou os valores que carrego comigo, ensinou a ser honesta, a falar sempre a verdade, a reconhecer meus erros. Ela é meu espelho. Quando tiver meu filho, se eu conseguir ser que nem ela, sei que meu filho será feliz, porque ela me fez (e faz) uma pessoa feliz. É tão bom sentir seu abraço, deitar no seu colo e fingir que ainda sou aquele coisinha pequenina que via os medos irem todos embora só pelo aconchego de seus braços. Mãos que sempre tiveram o poder de curar, ou ao menos diminuir a dor. Minha MÃE! Meu Anjo Maior! AMO tanto que nem tem como expressar! Ela é a aniversariante mais importante do final de semana.

Parabéns Mamãe!!!!




22/05 também é aniversário de outro anjinho, Anjo dos Estudos. Um anjinho que chegou de mansinho na minha vida acadêmica, marcou a minha história e espero que continue participando dela. Uma pessoinha muito especial, que conquistou minha amizade, me ganhou por seu bom humor e sua alegria contagiante, mas principalmente pelo estímulo desinteressado, por me ajudar a acreditar em mim, por me incentivar tanto e sempre. Acho que nunca ouvi sair de sua boca as palavras "não tenta", "você não vai conseguir" ou "desista". Pelo contrário, sempre me estimulou a seguir em frente. Um dia ela disse:  "Você que sabe. Se quiser encarar, te dou força, se não quiser, não tem problema, ano que vem você tenta". E assim foi. A doida aqui resolveu correr atrás de um sonho (um sonho? Não. Melhor: um objetivo) e ela deu toda a força, às vezes acho que até mais do que eu merecia e ela podia. Foram tantos emails... E ela paciente, sempre dando dicas, transmitindo segurança quando eu, insegura como sou, entrava em crises e mais crises. Ela se chama Flora Daemon, um anjinho  ruivo que eu amo encontrar, que é boa de papo como ela só, que conta os causos mais engraçados e sabe tudo de viagens (Conhece uns lugares bem legais e dá dicas ótimas. Minha consultora especial para assuntos de turismo - Tirem o olho que eu achei primeiro. kkkk).

Parabéns Florinha!!! =)




23/05 é dia de outro anjinho, o Anjo do Trabalho. Com ela eu passo boa parte do dia. Quando a conheci era ligada no 220W, a jornalista atrás de matéria e mais matéria. Ritmo frenético total, mas mesmo assim, sempre foi legal. Com o tempo fomos nos conhecendo cada vez mais e a relação profissional deu lugar a uma bela amizade. Ela me ensinou muito do que sei para trabalhar onde estamos. Eu passei parte da minha tranquilidade para ela e aprendi a ser mais agitadinha de vez em quando. A gente fala besteira toda hora, ela me xinga às vezes, mas como sempre digo... a gente se ama. hehe O mais legal é ver como essa menina que eu conheci em 2008 tem amadurecido. Nossa! É impressionante. Sem sombra de dúvida o trabalho seria árduo, cansativo e não teria a menor graça se a Rafita não estivesse lá todos os dias. Ela é minha dupla, a gente se defende e confia uma na outra, acho que é por isso que nossa parceria dá tão certo. É uma das poucas que já me viu nas crises bizarras que eu tive, aprendi a lidar com o mau-humor dela (mas agora está melhor porque a dieta s/ glutem e lactose mudou tudo. Bendita nutricionista!!! kkkk). Anjo das covinhas, que conseguiu o feito de me colocar para trabalhar com audiovisual sem problemas mais sérios. Definitivamente essa área não é meu forte, mas com ela até que flui. Tudo bem que às vezes esquecia de me chamar para almoçar, mas como tem lembrado... merece todo o meu carinho em um dia tão especial.

Parabéns Rafitaaaa!!

Então é isso!!! Festa para todos os lados!! Elas certamente estarão felizes e eu não estarei diferente!! Pessoas queridas que me ajudam a crescer, caminhar e amadurecer só podem merecer tudo de melhor nesse mundo. Elas são o máximo!!! =)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Tecnologicamente falando

Para algumas pessoas esse post é figurinha repetida. Os dois ou três leitores que me acompanhavam no MSN MySpace (meu antigo blog restrito p/ convidados) e quem navegava pelo blog Além Disso (de Tecnologias da Comunicação - Estudos de Mídia UFF) pelos idos de 2008 já deve ter visto o texto que vou compartilhar com vocês agora.

Quando o tempo é escasso, a gente apela para as divagações antigas. hehe

Espero que gostem!!!

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13/12/2008 – Sábado

8:20h

Essa eu tinha que colocar aqui! Sinto-me como que tele transportada diretamente de um filme de ficção. Não aqueles do tipo Jornada nas Estrelas, não! Mas daqueles mais comuns e urbanos.

Peguei o metrô, como de costume, no sentido centro, fiz a transferência de linha e consegui sentar. Quando de repente percebo o cara sentado ao meu lado tirar um aparelhinho de dentro da mochila. Era um “MP qualquer coisa” provavelmente, parecia um Game Boy superdotado (Nossa! Game Boy. Há quanto tempo não ouço falar disso. Será que ainda existe? rs) Claro que estiquei os olhos para tentar saber o que ele fazia com aquilo. E consegui! Era House. O carinha tava vendo House dentro do metrô. Fones no ouvido e série no ar. Claro que tomaram minha mente, no mesmo instante, as aulas do Afonso, Flora + Kléber e as conversas recentes que tive com meus estagiários lá do trabalho.

Essas coisas de séries e download, a experiência televisiva que já não é mais a mesma, as novas tecnologias da comunicação... Uma série de novidades com as quais ainda estou aprendendo a conviver e passo a entender melhor.

Como se isso já não fosse o bastante, olho para frente e o moço de olhinho puxado que estava de pé diante de mim saca do bolso um baita palmtop, com uma tela de tamanho considerável. Pude perceber que dava para ver um filme (ou série) nele também. A partir deste momento abri o plano de visão e observei o vagão inteiro. Toda hora tinha alguém mexendo ou pegando na bolsa um aparelhinho: telefones celulares, MP3, MP4, ipod...

Que mundo é esse, minha gente? Daqui a pouco vamos todos andar com mini-notebooks e essas pequenas maravilhas não terão mais lugar específico para aparecer. Eu, como boa medrosa que sou, continuarei escondendo os poucos brinquedinhos que tenho e mantendo bravamente meu celularzinho sem câmera, sem MP3, sem Bluetooth, sem downloads... (pelo menos até ele desfalecer ou ser arrancado de mim. Sei lá! Cidade violenta. Por isso não invisto!)

E vocês podem estar pensando que estes sujeitos eram pessoas engravatadas, de terno etc. Errado! Estavam no melhor estilo calças jeans (surradas) e camisetas pólo (com direito a furinho embaixo do braço, no caso do carinha do palm. rsrs)

Mas pensam que acabou por aí? Vivemos num mundo super, ultra hi-tech e ponto. Não! Afinal, parecia estar em um filme de ficção só que não estava, né?! Mais ao lado, meus olhos se detiveram em outro passageiro... Um senhor folheava papéis. Cópias de algo que havia sido escrito a mão. E mais adiante uma pessoa fazia palavras cruzadas. Não é o fim! Prova de que um suporte novo pode chegar e ganhar muito espaço, mas os bons e velhos suportes de antigamente continuam permanecendo atuais.

E voltam as aulas do Afonso... Mediação, Remediação, Hipermediação até dentro do metrô. Claro! Informações distintas, de todos os tipos, sendo transmitidas das mais diversas formas. Corporeidade sem troca real e uma virtualização constante através das tecnologias da comunicação, desde as mais novas até as mais antigas.

A saída do vagão, na estação Carioca ainda manteve um ar de ficção científica urbana, pessoas saindo do metrô, passando pela roleta e subindo pela escada rolante. Luz do dia com céu nublado e chuvoso. É! Não era um filme. Meu sábado segue normal.