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sábado, 4 de fevereiro de 2012

Silenciar para poder ouvir

No dia 22 de janeiro de 2012 redigi o texto abaixo. Comecei pensando em postar aqui no meu cantinho internético, mas depois achei que não era o caso, que talvez fosse algo muito íntimo para publicar na rede. Mandei para dois amigos muuuuito especiais e um me disse que na sua opinião eu deveria publicar. Pensei... Pensei... Pensei... e decidi dividir esta experiência com vocês. Então... Lá vai!

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Vocês que me conhecem... Conseguem imaginar esta pessoa sem poder falar por 2 dias seguidos?

Não! Não foi dor de garganta, nem protesto ou coisa assim. Nos dias 06, 07 e 08 de janeiro participei de um retiro. Até aí tudo bem! Retiro é algo que volta e meia muita gente faz. Agora, retiro de silêncio, já é uma coisa menos comum. E assim foi o retiro que participei. Um retiro vocacional organizado pelo CAOV (Arquidiocese de Niterói). Foram dois dias olhando para dentro, calando o interior para tentar ouvir a voz de Deus dentro em mim. Pensam que é fácil? Não! Definitivamente, não! Vivemos num mundo agitado e barulhento demais. Ouvimos tudo, menos os sussurros divinos. E, como Deus é manso, dá para imaginar o tanto que Ele deve falar sem que a gente note, não é?

Por isso o retiro foi tão importante para mim. Já estava mais do que na hora de aprender a refletir, meditar, aquietar... Faltava inclusive reaprender a rezar, conversar com Deus de verdade, no íntimo do meu ser. Muita coisa mudou de lá para cá. Não foram mudanças radicais no sentido mais comum da palavra. Posso dizer que se trata de uma radicalidade interna, mudança que começa dentro de mim e, aos poucos, vai se externando em atitudes, comportamento e palavras. Minha rotina pessoal foi diretamente afetada por estas mudanças, algumas coisas simples ficaram muito difíceis e outras que pareciam difíceis ficaram simples. Estas últimas semanas foram especiais! Passei a participar da missa diariamente, com comunhão diária. Tão bom receber Jesus todos os dias!!! Queria que continuasse assim! Infelizmente é provável que não continue exatamente como tem sido, porque estava vivendo estes momentos em Niterói que tem uma Igreja pertinho lá de casa. No Rio é mais difícil e devo ficar lá esta semana toda. Mas ainda assim, farei de tudo para manter ao máximo essa intimidade que tenho cultivado com Deus através das orações. Tenho tentado manter uma rotina mais orante, com a Liturgia das Horas todos os dias.

Quando penso em quantas pessoas perdem essa oportunidade de se aproximar mais de Deus... Muitos não sabem como faz bem! Vivemos um tempo em que anular-se é erro. As pessoas querem estar em destaque, querem ser importantes, querem que o mundo exista para elas. No momento em que deixamos o amor falar, calamos o nosso querer, deixamos de lado todas essas coisas, vemos que imensa alegria invade a alma. É sério! Libertar-se da necessidade de ser mais e deixar Deus ser Deus é a melhor experiência que alguém pode fazer.

Queria que o mundo inteiro pudesse experimentar a presença viva e verdadeira de Deus, que mesmo diante das minhas fraquezas tem se mantido incansável em me revelar Seu imenso amor. São tantas as obras maravilhosas que faz com suas mãos, tantas graças que derrama sobre nós!

O retiro não me trouxe nenhuma resposta exata sobre a minha vocação, também não me preocupo com isso, pois aprendi lá que o discernimento é um processo, que não é assim como num passe de mágicas. Por outro lado, me deu indicações que, ao menos por hora, me são suficientes. Ainda não sei exatamente quais são os planos de Deus para mim, mas tenho certeza de que são os melhores e que estou disposta a descobri-los para tentar executá-los, sabendo sempre que Ele vai me conduzir a cada passo, eu só preciso deixar!

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