
Numa noite de céu claro, quando a lua menos esperava, veio ao seu encontro uma águia.


Quando a lua estava minguante e quase sem brilho, a águia e a borboleta não a abandonavam. Pelo contrário, permaneciam com ela até que ficasse nova e luminosa.
Quando a águia se cansava de voar era a vez da lua e da borboleta estimularem a amiga. Elas falavam do prazer de cortar os céus, mesmo sem saberem como era a sensação. Porque sabiam como a águia gostava daquilo, de tanto que falava.
E se a borboleta se sentisse pequena e frágil, a lua se unia à águia para mostrar como ela era forte e determinada, como suas cores eram belas e quão encantadora era sua leveza.
Os dias se passavam alegres a cada encontro. E viu-se na Terra que as pessoas se preparavam para alguma festa. Estavam todos felizes e animados. A lua ouviu dizer que era um tal de Carnaval e que as pessoas se divertiam muito nesses dias. Soube também que elas viajavam para lugares diferentes e propôs o mesmo a suas amigas.
Decidiram que o destino seria um lugar de praia e foram. A lua já conhecia o mar. Passava sempre por lá, levando a noite. Mas a águia e a borboleta nunca tinham deixado a região onde viviam, sempre viveram entre as montanhas e os lagos.
As três passaram dias memoráveis naquela paisagem. A águia ficou encantada com a brisa marinha e o bater das ondas. A borboleta nunca tinha visto areia tão clara e matizes tão diferentes de azul e verde. Respirava-se um frescor único.
Cada noite foi ainda mais especial do que todas as outras. Elas conversaram sobre seus sonhos, desejos, dificuldades, medos e tudo mais que pudesse se tornar assunto. Se ajudavam muito o tempo todo, pois cada uma tinha um olhar diferente e experiências distintas, que proporcionavam formas novas de ver as coisas, de encontrar soluções para os problemas, ou mesmo de achar graça onde a outra não conseguia.

Depois de muito debaterem decidiram ir até ele. Descobriram que era um rei e que estava destinado a reinar solitário para sempre. Ele falou das responsabilidades do seu reinado, de como algumas coisas eram difíceis e do desafio de seu dever não ter fim.
Ali nasceu mais uma vez a semente da amizade. O rei deixou de ser só. Ainda que reinasse sozinho, e embora tenha precisado voltar para o seu palácio, sabia que, ao olhar para o céu, veria sua amiga lua. De vez em quando, a águia voava até a janela da biblioteca do palácio e o rei deixava de se sentir só. A borboleta passava temporadas inteiras no enorme jardim que embelezava o entorno daquela linda construção medieval, fazendo companhia ao rei sempre que ele quisesse se distrair com as cores e aromas das flores. E, de vez em quando, todos viajavam juntos para onde a lua avisasse que ficaria mais redonda e iluminada.
Juntos eles viram eclipses, noites de céu estrelado, luzes refletidas em lagos e mares. Os quatro bons amigos provaram ao mundo que as sementes plantadas com amor frutificam em abundância, que quem tem amigos nunca está só e que não importam as distâncias nem as diferenças.
Se abrimos o coração vemos como podemos ir muito além do que jamais imaginamos. Chegar até a lua, voar como uma águia, ter a beleza da borboleta e reinar em nossas vidas como verdadeiros reis. Vale o esforço!
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